A premissa do cristianismo seria fundamentalmente diferente, ou até mesmo inexistente na forma como a conhecemos hoje, se Jesus tivesse vivido e morrido de velhice aos 72 anos (39 anos a mais do que os cerca de 33 anos que a tradição e os estudiosos sugerem).
A morte por crucificação e a subsequente ressurreição são pilares centrais da teologia cristã:
- Expiação e Salvação: A crença de que Jesus morreu como um sacrifício pelos pecados da humanidade (a Expiação) é central. Sem a crucificação, essa doutrina, que é a base para a reconciliação com Deus, não existiria.
- A Ressurreição: A ressurreição corporal de Jesus é vista como a prova da vitória sobre a morte e o pecado, e a garantia da esperança de vida eterna para os crentes. São Paulo argumentou que, sem a ressurreição, a fé cristã seria inútil. Uma morte natural de velhice eliminaria esse evento milagroso.
- O Cumprimento das Profecias: A narrativa da paixão e morte de Jesus é vista pelos cristãos como o cumprimento de profecias messiânicas no Antigo Testamento. Uma vida prolongada e uma morte natural alterariam essa interpretação.
- Natureza da Mensagem: A urgência e o radicalismo da mensagem de Jesus no contexto de seu ministério relativamente curto (cerca de três anos) e sua morte prematura foram cruciais para a rápida disseminação do movimento. Uma vida mais longa poderia ter resultado em uma abordagem diferente, talvez mais focada em um reino terrestre imediato do que no sacrifício espiritual.
Em um cenário hipotético em que Jesus morresse de causas naturais, ele provavelmente seria lembrado como um grande profeta e mestre moral carismático, talvez semelhante a figuras como Buda ou Confúcio, mas o movimento não teria se transformado em uma religião global com as crenças doutrinárias atuais. A ênfase estaria em seus ensinamentos de amor, generosidade e vida pacífica, em vez do significado salvífico de sua morte e ressurreição.
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