A região do Paralelo 11, no norte do estado de Mato Grosso, foi palco do Massacre do Paralelo 11 (ou Massacre dos Cinta-Larga), um episódio brutal de genocídio contra o povo indígena Cinta-Larga, ocorrido em meados da década de 1960.
Os principais acontecimentos e consequências foram:
- O Massacre: Em um esforço para "limpar" a área para a apropriação de terras por fazendeiros e a implementação de projetos de colonização durante o período da ditadura militar, pistoleiros contratados atacaram aldeias Cinta-Larga, resultando na morte de centenas (e, segundo algumas estimativas, até 3.500) de indígenas.
- Motivação: A violência foi motivada pela disputa pela posse da terra, que era vista como valiosa para atividades agropecuárias, extração de madeira e, mais tarde, garimpo.
- Relatório Figueiredo: Os detalhes do massacre foram documentados no Relatório Figueiredo, de 1967, um documento histórico que expôs uma série de crimes e atrocidades cometidos contra povos indígenas em todo o Brasil por agentes do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), a agência indigenista da época.
- Consequências Institucionais: O escândalo gerado pelo relatório levou à dissolução do SPI e à criação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
- Comissão Nacional da Verdade: Mais recentemente, a Comissão Nacional da Verdade (CNV), que investigou violações de direitos humanos durante a ditadura militar, incluiu o Massacre do Paralelo 11 e outros crimes contra os povos indígenas em suas investigações, ressaltando que esses crimes faziam parte da política repressiva e de desenvolvimento da época.
Apesar do reconhecimento histórico do massacre, a reparação aos povos indígenas e a punição dos responsáveis ainda são questões pendentes, e os conflitos por terra na região e em outras áreas do Brasil persistem.
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